A sua verdade

  Ultimamente tenho encontrado dificuldade em escrever meus textos, todos acabam ficando pela metade, porque sempre penso que falta uma virgula, ou que uma palavra está fora de contexto, uma frase foi mal elaborada e que meus pensamentos estão muito rasos. E tudo isso veio depois que comecei a escrever para a faculdade de jornalismo.
  Os textos jornalísticos são todos regrados em passo a passo, métodos e objetividade. Seja objetivo no que quer falar, ou melhor, no que precisa falar, porque até hoje em praticamente um ano de faculdade eu jamais pude falar sobre qualquer que fosse a editoria de meu interesse, assim como eu não pude expressar sequer uma palavra que não fosse se encaixar naquilo que era pedido nas atividades. E eu não estou culpando a faculdade por isso, não condeno os professores e seus métodos, pelo contrário, os parabenizo por tamanha elaboração e organização, mas é que comigo essas coisas não costumam funcionar, eu não quero e sei que pode parecer clichê, mas não quero mesmo escrever aquilo que não me faz sentir algo. Eu quero falar sobre amor em cem ou três mil caracteres e não sobre esportes em cravados 2500. Eu quero poder repetir verbos, substantivos e principalmente adjetivos, quero falar sobre o mesmo assunto em diversas formas, não quero me limitar ao que as massas gostariam de ler, não apenas porque me mandam fazer isso, quero liberdade de expressão fora da gaiola e não uma ilusão de liberdade autoral.
  E sei que coisas assim não acontecem apenas comigo, não sou o único que se sente perdido no que está fazendo e mais ainda, perdido no caminho que quer trilhar, deixando de lado aptidões, dons e talentos que por tanto tempo por nós foram usados. Por isso me recuso a deixar de lado aquilo que foi meu a vida toda, não vou permitir que algo que por tanto tempo me iluminou de dentro para fora, seja apagado da mesma forma. A luz é minha e a escolha de deixa-la brilhar também.

Comentários